13.2.08

Omaha, the Cat Dancer

Sempre achei engraçado quando alguém me passava alguma coisa setentista para ler, que não fosse, claro, o binômio Marvel/DC. Invariavelmente, achava que o dito-cujo queria me comer; e, até agora, só faço confirmar a teoria. Pois bem, um dos meus presentes de hanuká desse ano (5768) foi o quadrinho údigrudi americano Omaha - a Stripper, escrito por Kate Worley e desenhado pelo seu então marido, Reed Walker, em plena efervescência dos fins dos setenta/meados dos oitenta.

Omaha é o nome de guerra de uma gatinha muito charmosa, que trabalha como stripper na pequena cidade de Mippletown, em algum ponto do meio-oeste ianque. Omaha divide as despesas com sua colega de trabalho, Shirley, e com seu namorado, o desenhista publicitário Chuck; mas, devido a certas leis "moralizantes" agitando o Congresso, a vida de Omaha mudará drasticamente.

São felinos, cachorros, pássaros, raposas e outros bichos, com falos exagerados e contas a pagar: sua humanidade assusta e surpreende. A Playboy local se chama Pet. Chuck, um gato, teve uma primeira esposa, uma periquita, que eventualmente presta favores sexuais ao seu chefe, uma coruja. Shirley é uma cadelinha mignon que se apaixona por um gato que também come uma periquita... e por aí vai, num sem-fim de predadores/predados redundando num roteiro mirabolante, mas sem os excessos que ditam as regras da hq erótica em geral.

Uma pena que o casal Worley e Walker tenha se separado de forma tão drástica. É que o Omaha e Chuck não apenas dividem a mesma cama; eles são parceiros na vida. Kate e Reed de certa forma também eram, e sua separação representou um longo hiato para a hq, tendo sido continuada apenas em 2002, quando o casal finalmente voltou a se falar. Pouco depois, com a morte de Kate, os comics perderam uma de suas melhores escritoras; e Reed, sua melhor roteirista.

Omaha - a Stripper pode ser achado em qualquer livraria, traduzido, a módicos trinta reias - cortesia da Editora Conrad. Recomendo.